MILONGA
Resumindo, milonga, para quem não sabe, é um rítmo, ou gênero músical, popular nas bandas do Rio da Prata, cuja melodia costuma expressar queixas, lamentos, sofrimento, dor de amor e nostalgia. A palavra tem origem no quimbundo, língua africana trazida pelos negros que por aqui foram feitos de escravos, e significa justamente o que a música traduz: queixa, lamento...
Usei a palavra milonga como gancho para comentar o último livro que eu terminei de ler: Satolep. Satolep é um anagrama (ou palíndromo talvez? Quem sabe, uma mera inversão?) da palavra Pelotas, nome da minha cidade natal. O livro foi escrito pelo ilustre e multifacetado pelotense Vitor Ramil, que já vem disseminando a sua Estética do Frio há algum tempo, através de sua música, de seus escritos e de suas performances. A palavra Satolep, se eu não me engano, surgiu em uma de suas músicas, Joquin, localizando no tempo e no espaço Joquin, Joquin louco, o louco do chapéu azul, porém sem detalhar as tortuosas escaiolas e composições de ladrilhos hidráulicos que formam a geografia da surreal e nem tão fictícia Satolep. Ele também personificava uma figura pálida e corcunda, o Barão de Satolep, em seus shows mais de antigamente, e eu realmente nao sei o que veio primeiro, o Barão ou o Joquin. E o que isso tem a ver com milonga? Tudo. Não entendeu? Escute o disco, leia o livro.
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